Com apoio do Instituto Galo, Mude a Curva avança na redução da fila de escoliose no SUS em BH

Marcio Pereira/Instituto Galo

Na manhã desta quarta-feira (19), mais de 40 pessoas envolvidas no Mude a Curva — projeto social estruturado em mutirões cirúrgicos para acelerar as filas de cirurgias de escoliose — apresentaram o dia a dia de um bloco cirúrgico. Nesta semana, 20 pessoas, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos, serão contempladas com operações que, sem dúvida, devolverão qualidade de vida e condições básicas para seguir em frente.

De maneira objetiva, a ação já mobiliza mais de 550 profissionais da saúde, alcançando sete estados em quatro regiões do país. Nos 10 mutirões já realizados, mais de 500 pacientes foram avaliados, resultando em mais de 230 cirurgias concluídas — números que evidenciam a relevância social do projeto e o impacto direto de devolver autonomia a pessoas com limitações físicas.

O Dr. Juliano Rodrigues , fundador do Mude a Curva, reforça a missão do movimento:
“É uma alegria imensa para nós do Mude a Curva estar aqui proporcionando essa melhoria de vida para as pessoas. É clara a consciência de que podemos ajudar e usarmos das nossas capacidades como meio de mudar a forma como essas pessoas veem a vida e, claro, deixem de viver em condições físicas precárias como é o caso de muitos e muitas, há anos. Temos a certeza de que a parceria com o Instituto Galo vem para somar e divulgar ainda mais o trabalho que fazemos; como reforçamos: de forma gratuita e totalmente solidária aos que mais precisam.”

Entre os participantes da ação, estudantes de medicina relataram como a vivência transforma a formação acadêmica e humana: “É uma experiência muito enriquecedora porque a gente vê que a medicina não é somente a teoria. Claro, a técnica é muito importante, mas a prática nos ensina não somente a nos tornar melhores médicos, mas também melhores pessoas. Isso contribui bastante para o cuidado e recuperação de cada um. É uma experiência muito gratificante, e que vai ficar marcada pra sempre.”

A mobilização também depende diretamente das equipes do Hospital São Francisco, que recebe a 11ª edição do movimento. Alexandre, responsável pelo núcleo que gerencia o bloco cirúrgico, explica o sentimento de ver o trabalho acontecer: “É um sentimento de dever cumprido. Foram meses de preparação, desde a criação do plano operativo, do mapeamento do fluxo, e hoje a gente está aqui conseguindo fazer as cirurgias e levando mais saúde para esses pacientes. Nós criamos um grupo multidisciplinar para fazer a escuta desses pacientes, então esse grupo fica responsável pelo acolhimento, justamente para promover uma melhor experiência para os nossos pacientes aqui no hospital.”

A fisioterapeuta Ana Cristina detalha o cuidado pré e pós-operatório que garante mais segurança e confiança aos pacientes: “A gente acompanha esses pacientes um mês antes da cirurgia. Avaliamos todos os pacientes aqui no hospital, desde parâmetros como força muscular, equilíbrio, função respiratória, qualidade de vida, auto percepção e aparência. Fazemos então a intervenção online desses pacientes durante um mês antes do procedimento. Depois eles internam, nós reavaliamos os mesmos parâmetros para ver os efeitos dessa intervenção, acompanhamos esses pacientes no pós cirúrgico, tanto no CTI como na internação, para que eles possam voltar a andar e ter confiança. Eles vão mais confiantes para o bloco, com o corpo mais preparado, com uma maior flexibilidade, uma mobilidade melhor da coluna deles e a força muscular mais preparada, para prepará-los ao desafio da operação que eles vão passar e para ter uma recuperação melhor ainda.”

Entre os pacientes que já passaram pelo procedimento nesta edição está Fernanda Freitas, de 17 anos, que deixou o CTI e segue se recuperando no quarto. Ela convive com a escoliose desde os 11 anos, tentou diversas formas de tratamento — como colete, pilates e fisioterapia — mas nenhuma trouxe resultado. As dores eram constantes e o impacto estético também afetava seu dia a dia.

Hoje, ela relata alívio e transformação: “Eu descobri a escoliose quando tinha 11 anos, agora tenho 17. Cheguei a usar o colete, não resolveu. Fiz pilates, fisioterapia, e nada resolveu. Sentia muitas dores e a parte estética pesava muito pra mim. “Eu achei que seria um pós mais dolorosos, mas até agora eu não pedi remédio, consegui dormir, então está tudo bem tranquilo. Já senti diferença na respiração, estou respirando bem melhor do que antes.”

Com o empenho conjunto de profissionais, estudantes e equipes multidisciplinares, o Mude a Curva reafirma seu compromisso em transformar realidades por meio do acesso à saúde. Cada mutirão representa não apenas uma cirurgia realizada, mas uma jornada de cuidado, acolhimento e esperança. O impacto gerado vai muito além do centro cirúrgico: devolve autonomia, confiança e novas possibilidades de vida para pacientes e famílias que aguardavam por essa oportunidade.

Assim, o projeto segue construindo um legado de humanização, eficiência e solidariedade na saúde brasileira.

Instituto Galo — O maior projeto social do futebol da América Latina.

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